Muitas vezes paro pra me perguntar o real valor da solidão.
Busquei ao longo do tempo uma reclusão cada vez mais intensa, quis conhecer a mim mesmo, trabalhar a minha capacidade de pensar na vida, nos acasos e destinos e também nas companhias que sempre imaginei ter e não tive.
Ficar sozinho as vezes é essencial, principalmente se você tem a certeza de não ser importunado por ninguém. Mas todo excesso é evitável e faz mal.
Acredito que o meu afastamento do mundo me fez enxergar quão frágeis são as relações humanas. O quanto conversas interrompidas podem ser prazerosas quando retomadas.
Decidi pela clausura até a vitória, que seria a alteração de postulante a estudante de Direito. Passei!
Então é previsível que retome minha vida de sempre.
Quando falo sobre exílio fica parecendo que é exagero da minha parte e que simplesmente passei a me dedicar mais ao estudo. Porém os amigos de sempre notaram, que uma transformação enorme ocorreu no meu dia-a-dia. Não era visto mais nos locais que frequentava todos os dias.
Chamei todo esse processo de iniciação, renascer para uma outra vida, ou como queiram, um batismo, não religioso mas espiritual. Ritual antigo, datado das mais remotas eras, onde o candidato teria que morrer e renascer para uma outra vida, a iniciação pra uma nova postura me motivou.
O Lucas que muito conheciam morreu de alguma maneira, porque me propus mudanças fundamentais de comportamento, novas regras minaram meus hábitos antigos. Mas estou de volta. Talvez ainda maluco, mas finalmente centrado na vida.
#Dream a Little Dream of me - The Mamas and Papas
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