quinta-feira, 7 de outubro de 2010

vaidade versus humildade




Depois de mais de um mês afastado, sinto a necessidade cada vez mais constante de escrever por aqui, portanto cá estou de novo, falando das coisas que penso, daquilo que sinto e das mais absurdas idéias que teimam em voltar na mente.
Aos poucos que acompanhavam esse exercício diário, informo que tudo transcorreu bem, tudo aquilo que escrevi, digo e repito, manterei firme o propósito de estar focado, se não no que escrevo ou leio, pelo menos nas minhas ações.
Tenho medo de me tornar chato escrevendo, vi que é natural que alunos de Direito escrevam com um linguajar rebuscado, e distante daquilo que falamos, e por vaidade talvez eu escreva sem perceber de modo igual. E aqui já entrando no assunto que me trás de volta as letras, devo confessar que fiquei contente e ao mesmo tempo ressabiado com a oratória além da medida. Nessa semana vi diversas palestras com oradores discorrendo sobre assuntos que eu não dominava, e o que mais me foquei foi na forma com que se dirigiam a nós, ora com uma peculiar ironia de palavras bonitas, ora com uma arrogância maliciosa no trato.
Nesses primeiros dias de curso tenho atentado as pessoas que me cercam, e posso dizer que fiquei positivamente surpreso, havia imaginado encontrar um grupo mais fechado e distante das pessoas que geralmente tenho amizade, pois muito pelo contrário fui recebido muito bem, por uma gente muito calorosa e pronta em recepcionar bem os que chegavam, e por mais que insista em relembrar a minha enorme timidez, fiquei muito a vontade pra conversar francamente com todos eles. Alguns já tem a minha atenção especial, e tenho plena certeza que farão parte da minha vida por um longo período.
De todos destaco aquele que rapidamente já havia me chamado bastante atenção, pois é ele o meu contraponto, onde as minhas idéias ou se chocam ou se cruzam, é o único que vi até agora ter posições claras e convictas de um pensamento. E como gosto disso, o tomo como referência inicial pra qualquer idéia. Não é segredo pra ninguém que me conheça a fundo, que por anos mantive um pensamento mais a esquerda no que tange as idéias políticas e econômicas, e ao longo de vários anos fui alterando gradualmente o meu modo de pensar pra um patamar mais liberal, pra um pensamento nacionalista de desenvolvimento e extremamente democrático. A partir disso o vejo como um reflexo do meu passado, claro que não em iguais dimensões, já que seu radicalismo é aparentemente exacerbado, porém de alguém que enxerga no curso de Direito uma ferramenta pro serviço da luta e não do espólio, de uma ensinamento voltado ao Humanismo e não as práticas de pilhagem e de um Direito à serviço do capital, e sobretudo de um curso que nos defina como um homens de princípios e não de interesses.
Por ter um pensamento tão distante dos outros ele é por muitos momentos visto com olhos maus, porém pude perceber que em meio a tanto ímpeto revolucionário, ele é uma pessoa boa, mas que distorce as idéias em vários momentos do realismo atual de mundo, romantiza demais as ações do homem achando que o mundo tem jeito, mal sabendo que por mais que queiramos mudar o mundo, nos falta o bom senso de descobrir que ele não quer ser mudado, e essa contradição social no estado brasileiro de ter uma grande disparidade de desigualdade reinará ainda por longos anos.
Escrevo para me recordar de que não posso me envaidecer ao longo do caminho, e que a humildade acima de tudo é o que me levará aos mais altos sonhos que imaginar, ousei em caçoá-lo por várias vezes, seguindo até o senso comum de que se formou entre veteranos e calouros de não observar suas idéias com atenção, já que ele se precipita e fala com tanta paixão das idéias, ele não é normal. Radical demais. Mas melhor isso do que a alienação dominante num país de tantos tiriricas.
Em um lugar onde a vaidade pessoal e acadêmica é uma das marcas mais nítidas e perceptíveis, quero acima de tudo ter os valores que aprendi com a minha família, não por querer me destoar de ninguém, mas por lembrar de como a vida pode ser ingrata com os arrogantes.
Volto a escrever, porque é escrevendo que vejo meus erros e acerto meus caminhos.

3 comentários:

Jân Bispo disse...

Bem vindo de volta Lucas, rts, sentimos sua falta, e dos seus escritos que sempre nos ensinam, ou ao menos nos fazem pensar na maneira que encaramos a vida... Bom a verdade é que a vaidade academica predomina todos os cursos, ou talvez eu exagere no sentidop de todo mas ao menos na maioria deles, algumas pessoas se deslumbram com o fato de se tornarem academicos, universitários, pesquisadores e quanto mais culto e valoroso o curso maior o ego adquirido por alguns, e que Deus nos conserve longe desse ego exagerado que não nos leva a lugar algum, o que pude aprender desde que estou na Univerdidade é que os cultos não são assim tão cultos não, algusn deles são limitadissimos, tem apenas o conhecimentos de coisas teoricas e de textos que são necessários para sua formação mas pouco sabem da vida e de como o mundo vai bem mais além do proprio umbigo. rs... falar e escrever dificil é algo inerente aos academicos, existe a piada interna: "sabemos quanto mais especializações tem o professor pela sua oratória, quando mais rebuscado o vocabulário mais especialização!!". Devo ainda dizer que concordo plenamente com você é preferivel ser um rebelde apaixonado nas ideias que acredita aida que exageradas do que um alienado. Que sua vida na academica seja de sucesso e de grandes aprendizados, sucesso e como sempre, sempre por aqui. abraços!

T R L ☼ disse...

Até me assustei quando vi sua atualização, mas fiquei muito feliz! Você sabe tão bem que eu sou muito a favor de que você escreva, e justamente pra que, como você falou, você esteja revendo seus erros e acertos!

Oh só, vá ficar muito estudante de direito e falar dificil demais nao, viu? haha. Gostei muito desse texto seu. Você tá no caminho certo, cara! Humildade e respeito, mesmo pelos que não pensam como nós.

abração(com carregamento seu ^^) !

T R L ☼ disse...

Lucão ão ão,
tem selo pra você, venha ver !

Bem-vindo de noovo! hahaha :*